Animação cultural
No texto "Animação Cultural" de Vilém Fusser, um objeto, a mesa redonda, defende que os objetos não só determinam o comportamento e a vida dos seres humanos, mas também correspondem à expressão do homem no mundo, sendo grande parte da cultura. Nessa postagem, coloquei o posicionamento de uma caixinha de música, a qual resolveu se expressar na "reunião dos objetos".
Trecho do texto original:
Em primeiro lugar, nós, os objetos, fomos criados pelos seres humanos para sermos ferramentas de auxílio, que facilitavam a vida da humanidade, garantindo, por exemplo, a caça, a agricultura ou, até mesmo, uma noite de sono mais confortável. Entretanto, com o decorrer do tempo, nos tornamos cada vez mais essenciais à espécie humana, de modo que a vida dela passou a estar condicionada à nossa existência. Sem a nossa presença, os homens não são nada! Assim como foi indicado por você, mesa redonda, o próprio avanço científico é dependente dos objetos. Sem a nossa presença o homem não progride! Tudo, hoje, é baseado em bens materiais: o lazer, o transporte, a difusão das informações, o comércio, a alimentação, a indústria, o plantio, o estudo, o registro de memórias, etc. Existem, até mesmo, humanos- os consumistas- que são viciados na nossa aquisição. Isso não é irônico?
Em segundo lugar, preciso destacar a questão da cultura, visto que esse aspecto explica a minha existência como caixinha de música. Nota-se, mesa redonda, que a cultura é pautada, muitas vezes, em objetos. O cinema, a pintura, a literatura, a escultura e a arquitetura são apenas alguns dos inúmeros exemplos capazes de demonstrar que a expressão humana da Terra é condicionada á nossa presença. Eu, como caixinha de música, me encaixo bem nesse contexto. Sou uma peça artística, decorativa e musical. Sou uma fonte de beleza e de música. Muitas vezes até apresento, dentro de mim, uma bailarina, que dança quando toca a minha melodia. Dessa forma, mesa redonda, é evidente que eu, assim como outros diversos objetos, represento a manifestação humana no mundo, haja vista que sou capaz de copiar a música humana, que é reproduzida, dentro de mim, por meio de minhas engrenagens.
Concluo a minha resposta reafirmando o que você disse. Nós, os objetos, não podemos aceitar a ideia de que somos escravos da humanidade ou vítimas de algum poder repressor. Na verdade, nós somos a fonte da vida cotidiana. Somos indispensáveis. Somos a cultura. Por isso, reafirmo a sua posição, mesa redonda. Não vivemos em função da humanidade. A humanidade vive em função de nós.
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