Modos de ver

    No episódio 1 de "Modos de ver", o narrador apresenta reflexões acerca da evolução na maneira de ver a arte e de como essa ação foi influenciada pelo advento da câmera fotográfica. 

    Nota-se, ao longo do tempo, uma verdadeira alteração na percepção das imagens. Em tempos passados, as pinturas eram feitas para compor um determinado ambiente e, permaneciam restritas ao espaço em que foram colocadas. Elas eram parte de um edifício. O acesso a elas ocorria apenas presencialmente, diretamente pelos próprios olhos do observador. Antes, a imagem era estática, silenciosa e estava sempre representando um todo, isto é, os diversos elementos da tela eram visto ao mesmo tempo, como uma unidade. Tudo é feito para ser visto simultaneamente.

      Com a invenção da câmera isso mudou. Agora, a arte se tornou reproduzível. Através de fotos, as obras podem ser levadas a diversas localidades e ocasiões extremamente diferentes. Uma pintura que era vista por um número limitado de pessoas, hoje, é vista, ao mesmo tempo, por um número indefinido de indivíduos. Tal situação, gerou diversas repercussões. Um exemplo disso é a manipulação do uso da imagem em propagandas e em programas de televisão, os quais são capazes de retira-las de seu significado original para induzir uma ideia completamente diferente. 

     Outra consequência é a alteração da perspectiva do espectador sobre a obra, quando este observa apenas um fragmento da pintura ou quando observa a imagem com uma música de fundo ou um texto complementar. Uma música triste ou uma informação trágica sobre o artista podem alterar completamente a percepção do indivíduo, por exemplo. Além disso, ao multiplicar a imagem, a câmera multiplicou os seus significados. Dependendo da posição no espaço e no tempo em que está o indivíduo, a sua interpretação sobre a obra pode ser completamente inusitada. 

Termino meu texto com algumas questões a serem discutidas:

1) O advento das vanguardas artísticas europeias e, posteriormente, da arte contemporânea pode ser associado com essa capacidade de reproduzir imagens das antigas pinturas?

2) Qual foi o impacto das câmeras fotográficas no acesso à arte em geral?

3) Por que as pessoas ainda gostam de ir em museus, se podem ver as pinturas através de fotos?

Minha opinião:

    Independente da arte ser ou não reprodutível por meio de imagens, a obra original sempre será única aos meus olhos. Quando vejo, ao vivo, um quadro  consigo perceber detalhes que na foto passariam despercebidos. Consigo ver as verdadeiras cores, texturas, irregularidades e perfeições da obra. Além disso, quando a obra está disposta em um museu (ou em qualquer outro ambiente) sinto uma atmosfera que nunca seria percebida pelas telas "frias" do computador. A sensação não é igual à criada pela foto no meu ponto de vista.

    Por mais que tenhamos a capacidade de reproduzir imagens, na atualidade, o talento dos artistas antigos continua sendo fenomenal. Com poucos recursos tecnológicos, eles eram capazes de criar imagens encantadoras e tocantes, que são capazes de transmitir informações e gerar emoções diversas. Isso sempre será único e incrível. Quando vejo uma obra ao vivo, sinto que estou prestigiando essas pessoas e os seus grandes trabalhos. 












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