Documentário sobre Marina Abramovic


Maria Abramovic e as performances
 
   O documentário, inicialmente, apresenta aspectos da vida de Marina, como a sua  infância difícil e a pequena presença de seus pais, que eram soldados na Segunda Guerra Mundial e não demonstravam muito afeto por ela. Além disso, são abordados alguns elementos de sua vida amorosa com Ulay. Esse indivíduo se tornou parceiro profissional de Marina, realizando diversas performances com ela. Porém, posteriormente, se separaram, chegando, inclusive, a realizar uma última performance na Grande Muralha da China. Nessa apresentação final, os dois indivíduos caminharam em direção ao outro por dias e, ao se encontrarem, se despediram.

    Além da vida pessoal da artista, o documentário aborda também aspectos de sua carreira. Marina se destacou no mundo da arte ao propor uma arte performática, em que a relação entre o artista e o público é essencial. Observa-se, nesse sentido, o amplo uso do corpo humano, que é explorado de diferentes maneirasÉ válido ressaltar aspectos recorrentes nas obras, como a presença de pessoas nuas, o uso de recursos sonoros (exploração do silêncio ou do barulho) e a conexão com a espectador. Muitas das obras, inclusive, chegavam a ser chocantes, apresentando cenas de dor e sofrimento, que podiam envolver danos físicos e perigos à artista. 

    A performance mais explorada no documentário chama-se "A Artista Está Presente" e é uma das obras mais famosas de Marina. Na apresentação, a artista ficava sentada em uma cadeira, enquanto várias pessoas sentavam em outra cadeira na sua frente. Marina apenas encarava a pessoa e não falava nada. Ela reagia a cada pessoa com a mesma atenção e cada pessoa que a encarava sentia algo diferente. Enquanto alguns indivíduos sorriam, outros choravam. Isso demonstra que o próprio silêncio pode dizer muita coisa...

    Nota-se que essa performance representou um grande desafio, pois obrigou a artista a ficar quieta por muitas horas, o que é cansativo. Além disso, em um mundo em que a inatividade é desvalorizada, essa obra mostra-se como uma experiência incomum. 

Desabafando... não me odeiem 🙏🙏

    Admito que não gostei tanto do documentário. No início, me senti extremamente mal com algumas obras e com alguns comentários da artista. Não gosto de ver ninguém sofrendo. Isso é angustiante :/
    Senti falta de algo mais positivo. Na postagem anterior (sobre o filme "Pina") comentei que sentia falta de danças mais "leves", que expressassem sentimentos positivos. Agora, sinto a mesma coisa. Não estou dizendo que é errado fazer obras que tragam reflexões sobre assunto sérios e tensos. Muito pelo contrário, acredito que isso é importante. O problema é que quase 100% das apresentações parecem ser assim: tensas e/ou angustiantes (na minha opinião). A maioria envolve a perturbação do espectador (que se espanta) e/ou da artista (que sente dores físicas e se coloca em perigo).  Não vi nenhum tema positivo e fiquei incomodada com isso. Sinto falta de temas positivos na arte. Afinal, a vida não se resume à tristeza e à dor.

Obs: tudo que escrevi é baseado na minha visão sobre o documentário.








Comentários