Helvética, documentário

Uma fonte, muitas opiniões...

    O documentário "Helvética" apresenta relatos de indivíduos envolvidos no design, especialmente, na parte da tipografia. Ao longo do vídeo, foram apresentadas opiniões contrastantes sobre o uso de fontes padronizadas, como a Helvética. Enquanto algumas pessoas enaltecem o seu uso, outras a rejeitam:

    A fonte Helvética, surgiu, nos anos 50, momento em que o Modernismo era predominante. Por ser simples, legível e prática, se popularizou rapidamente no mundo, se tornando base para a criação de inúmeros trabalhados da tipografia. Essa fonte é capaz de tornar os textos atemporais e fáceis de serem decifrados, o que foi muito valorizado por corporações que desejavam transmitir uma mensagem de forma racional, transparente e eficiente. Buscava-se, dessa forma, usar a fonte como um mero suporte para a mensagem, de modo que o foco não estaria na letra, e sim no conteúdo do texto. 

    Entretanto, nos anos 70, com o advento do Pós-modernismo, essa situação começou a se alterar. Surgiram críticas, no meio da tipografia, acerca do excesso de comodidade no uso da Helvética, o que tornava os textos muito padronizados e presos em uma mesmice. Assim, para se livrar dessa superfície limpa, organizada, padronizada e, na opinião de muitos indivíduos, sem graça, designers pós- modernos passaram a usar fontes inusitadas. O objetivo, agora, era criar imagens capazes que expressar uma subjetividade e tornar a tipografia mais expressiva e dotada de personalidade. Mesmo se o texto fosse pouco legível, ele transmitiria alguma sensação e comunicaria, dessa forma, algo.

Minha opinião

Acredito que ambos posicionamentos são extremos:

    De um lado temos indivíduos que ficam presos em uma ideia de racionalidade, padronização e ordem. Isso é perigoso, pois pode tornar as imagens monótonas e sem personalidade. Além disso, sinto um excesso de comodidade em indivíduos que restringem seu trabalho a uma única fonte de texto.

    No outro lado, temos pessoas que rejeitam qualquer padronização e criam imagens sem regras e, muitas vezes, excessivamente complexas. Isso também é perigoso, pois, dependendo do propósito do texto, a ilegibilidade e a aleatoriedade podem impedir a compressão de seu conteúdo. Além disso, essa ideia pode ser ineficiente quando um indivíduo precisa ler algo rapidamente ou buscar uma informação específica no texto.

    Acredito que tudo depende do contexto. Em textos cotidianos, como artigos, textos, científicos, notícias de jornal, placas, livros (interior) e comunicados, é importante ter uma fonte legível, que permita uma leitura fluída. É claro que não precisa ser apenas a Helvética, há outras fonte ótimas (eu mesma nunca tinha usado a Helvética na minha vida). O importante, nesse caso, é usar uma fonte compreensível a todos. 

    Porém, em textos que exigem um design elaborados, como manifestos, cartas, capas de revista, capas de livros, fotos de álbum musicais, posters de filmes, anúncios e propagandas, o uso de fontes inusitadas torna o texto mais lúdico, expressivo e contextualizado.

    Enfim, acredito que alguns textos exigem um design mais complexo (e uma fonte mais elaborada), enquanto outros textos exigem objetividade (e uma fonte mais legível e simples).

Obs: em homenagem ao documentário, escrevi em Helvética 😆... admito que é a primeira vez que uso essa fonte. Realmente, ele é bem legível... Vou aderir kkkk 😂 (dependendo do contexto, é claro).



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