Rua de mão dupla, documentário
No documentário "Rua de mão dupla", pessoas desconhecidas passam 24 horas uma na casa da outra. Em seguida, fazem suposições acerca da personalidade e da vida no morador, com base nos elementos que ele apresentava em sua residência.
No vídeo, a presença de móveis velhos e improvisados em uma casa foi indicativo de um morador que passa a maior parte do tempo na rua. O falta de gás e de chuveiro foi associada a ideia de que o habitante tem mal costumes. A presença de objetos bem expostos foi sinal de despojamento... Não sei se essas e outras conclusões feitas pelos participantes do documentário foram ou não coerentes. Porém, é fato que elas revelam como o ambiente em que vivemos cria suposições sobre quem nós somos.
Observei que as pessoas, muitas vezes, sentiram desconforto por estarem no ambiente privado de um desconhecido. Um motivo recorrente para o estranhamento foi o cheiro da casa. Um homem se sentiu enjoado, porque a casa apresentava um cheio forte de produtos de lavar roupa. Uma mulher, por sua vez, não conseguiu ficar dentro do quarto do morador, porque sentia um cheio extremamente estranho no local.
Achei o vídeo bem interessante e instigante. Refleti sobre a minha própria casa. Ela revela como eu sou? Conclui que sim. Nosso espaço particular é reflexo do nosso cotidiano. A disposição dos móveis, o nível de organização, os objetos, os enfeites, as comidas presentes na cozinha, os eletrodomésticos, tudo isso são vestígios da maneira como lidamos com a vida e com o nosso próprio corpo. É claro que essa ideia pode ser falha. Algumas pessoas simplesmente não tem condições para expressar materialmente o que são ou não sabem como fazer isso.
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